Crianças com TDAH costumam ter muitos prejuízos na sua vida. Alguns deles, estão relacionados a dificuldades acadêmicas, no relacionamento com família e colegas, maiores riscos de acidentes e uma pior qualidade de vida.
Mas calma, se seu filho tem comportamentos característicos do transtorno, vocês podem sim aprender a lidar com os sintomas e conquistar uma melhor qualidade de vida. Para isso, um acompanhamento especializado será de grande auxílio.
Neste blog, trarei os sintomas presentes no transtorno, segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e estatístico de Transtornos Mentais) para que vocês possam ficar atentos e, em seguida, vamos discutir algumas estratégias eficazes para ajudar as crianças a lidarem melhor com os comportamentos característicos.
Existem 3 tipos de TDAH:
Em um artigo anterior sobre o tema, trago alguns esclarecimentos sobre cuidados com o diagnóstico e como pensamos no planejamento do tratamento.
Neste artigo, vou trazer algumas dicas mais práticas de como ajudar as crianças a lidarem com alguns desafios diários característicos de alguns sintomas frequentes pensando principalmente no âmbito da PREVENÇÃO. Ressalto que crianças com comprometimento maior precisam de um acompanhamento clínico, ok?
Pais tem buscado auxílio cada vez mais cedo com a preocupação de que seu filho possa ter TDAH. Isso porque, comportamentos como comer ao mesmo tempo que brinca, não se entreter por muito tempo com uma brincadeira, pedir a atenção dos pais muitas vezes ao dia são exemplos de situações cotidianas que as famílias enfrentam desde cedo.
Agora vamos olhar para o contexto em que nós e nossos pequenos vivemos hoje, no que diz respeito ao excesso de estímulos que estão ao nosso redor disponíveis para nós o tempo todo. As crianças, estando em casa, muitas vezes estão comendo com TV ligada, com o tablet na sua frente e ao mesmo tempo com muitos brinquedos jogados pelo chão, ou ainda, assistindo a aula on-line, deitado na cama, trocando mensagem com o amigo.
Quando fazemos muitas coisas ao mesmo tempo, não conseguimos fazer nada direito. Então a primeira dica é: Diminua os estímulos disponíveis quando seu filho estiver executando uma atividade. Isso vale até para bebezinhos, ok? Se tiver vendo TV, não deixe brinquedos disponíveis. Se for brincar, desliguem a TV. Uma coisa de cada vez.
O mesmo vale para brinquedos, evitem deixar a criança espalhar a caixa inteira deles no chão. Peça que escolha dois ou três e brinque apenas com aqueles. Uma ideia é fazer um revezamento de brinquedos a cada dia. Deixe que seu filho selecione alguns pela manhã e brinque apenas com eles durante o dia.
Outra estratégia que vale a pena tentar adotar desde cedo é introduzir exercícios de meditação do dia-a-dia da criança. Exercícios assim desenvolvem a atenção concentrada que auxiliará a criança a lidar de forma mais eficaz com diferentes situações da sua vida.
Vou deixar aqui duas sugestões de recursos que auxiliam neste sentido:
Livro: “quietinho feito um sapo”(Eline Snel) e “exercícios de mindfulness para crianças”
Desde cedo as crianças têm suas obrigações e compromissos. Ajude a se organizarem utilizando estímulos visuais. Use post-its na parede do quarto para lembrar de compromissos, quadros de rotina ou marcações em calendários.
Colocar alarmes no relógio como lembretes de tarefas importantes pode ser muito útil também. Se seu filho sempre esquece e é desorganizado com tarefas simples do dia-a-dia, valorize pequenas execuções que ele fizer.
Lembrou de algo? Não deixe pra depois! Isso é uma dica de ouro para quem sempre esquece as coisas. Pessoas com TDAH, frequentemente, são procrastinadoras e não fazem o que deixaram para depois. Estimule seu filho desde pequenininho a realizar as atividades que precisam ser feitas o quanto antes. Quanto mais cedo ele fizer a tarefa de casa, melhor!
Vocês já ouviram falar no Ruído Branco? É só colocar em alguma plataforma de música “Ruído Branco” em ocasiões que a criança precisa focar a atenção, como em um momento de estudo, por exemplo. O Ruído Branco isola outros sons do ambiente e diminui a probabilidade da criança se distrair com outros estímulos concorrentes. Vale também usar em momentos de soneca do bebê.
Nossa sociedade está cada vez mais imediatista. Compramos tudo pronto, as crianças vão mudando de um vídeo para o outro sem terminar de ver o anterior, ficamos ansiosos e estressados em momentos que precisamos esperar. Tudo isso contribui para que, na ânsia de ter tudo rápido, sentimos dificuldades em ter atenção e/ou tenhamos atitudes impulsivas e pouco autocontrole.
Precisamos estar atentos a todo este ambiente para podermos oferecer opções que promovam um desenvolvimento mais saudável para nossos filhos.
Espero terem gostado das dicas 🙂
Um beijo!
Psicóloga Nadia Favretto