31.08.20
Cansaço, desmotivação, desatenção e dificuldade em aprender são algumas das barreiras que atrapalham crianças e adolescentes no seu processo de aprendizagem. Quando essas barreiras aparecem, surgem variadas esquivas e os momentos destinados aos estudos acabam sendo quase como uma tortura.
Neste artigo, vamos analisar quais podem ser os fatores que influenciam para a falta de interesse e possíveis dificuldades em estudar e aprender. Além disso, vamos pensar juntos em como os pais podem ajudar seus filhos nesta tarefa.
Tirar boas notas é considerado pela maior parte das famílias como algo muito importante. Quando as crianças encontram dificuldades em alcançar este objetivo é problema na certa! Escola e pais costumam se mobilizar de diferentes formas para ajudar a reverter essa situação.
O problema é que a preocupação, muitas vezes, acaba aparecendo de forma muito intensa depois do resultado ter vindo e muito em função dele. Ou seja, preocupamo-nos muito com o resultado e pouco com o processo.
É preciso estar atento desde cedo ao interesse que a criança demonstra em aprender e de que forma exercemos influência sobre este comportamento. Quando a criança tem um, dois e três aninhos, mesmo antes de ir para a escolinha , ela naturalmente já demonstra muito interesse e curiosidade pelo mundo ao seu redor e por isso, precisamos estimular ao máximo esse interesse.
Estimulamos o interesse da criança quando valorizamos suas curiosidades. Sabe a criança pequenininha que está querendo saber o “porquê” de tudo? Muitas vezes nos cansamos de responder ou julgamos que não é uma pergunta interessante e acabamos punindo este comportamento. Valorizar é dar atenção, ouvir, mostrar que consideramos importante qualquer dúvida e, caso não saiba responder, ajude a criança a buscar uma resposta que satisfaça sua curiosidade.
Ao fazer isso estamos despertando o interesse em aprender, mesmo que essa aprendizagem inicial ainda não tenha relação direta com o aprender a estudar.
Uma atitude muito comum à pais e escolas é lidar com o resultado não satisfatório cobrando e exigindo que chegue a um resultado melhor numa próxima prova sem ajudá-lo com o “estudar”.
Essa é uma resposta bem ampla, mas vou tentar trazer alguns pontos importantes resumidamente.
Estudos nos mostram que a demonstração de interesse pelos pais promove condições muito mais favoráveis para a aprendizagem das crianças. Isso não significa que você vai precisar estar junto em todas as tarefas, mas é importante que tenha ciência do que está acontecendo na vida escolar e esteja disponível para dar apoio e ajudar em alguns momentos.
Precisamos ter muito cuidado e atentar para a exigência que está sendo estabelecida para o desempenho da criança. Exigências muito altas podem levar os pais a adotarem com uma maior frequência métodos punitivos quando não tem bons resultados. E quando a criança tem dificuldade para chegar ao resultado que é esperado pela família, ela adquire um padrão ansioso que pode afetar significativamente na sua vida.
É importante que a criança desenvolva a sensação de “dar conta”. Quando exigimos muito de início é provável que ela não dê conta e se frustre, fazendo com que ela não se sinta motivada a melhorar, muito pelo contrário, vai fazer com que ela passe a evitar se envolver para ser poupada da frustração.
Rotina é muito importante para a construção e fortalecimento de novos hábitos. Tenham horários definidos para os estudos em casa e tentem fazer com que este horário seja prazeroso. Estar perto da criança estudando ou trabalhando e ainda dando o modelo pode ser uma dica útil.
Se possível, ter um lugar exclusivo para os estudos. Com mesa e cadeira que propiciem uma postura adequada e sem distratores ao redor. Estudar na sala de brinquedos ou na mesa de videogame não é uma boa ideia.
Procure mostrar pro seu filho que você se importa com o engajamento dele com os estudos. Sempre há uma atitude para reforçar: se a matéria está difícil e ele está se esforçando para aprender, se está cumprindo a rotina todos os dias, se está fazendo pesquisas que o auxiliem a aprender, se está tirando dúvidas com você. Lembre-se: talvez ele ainda não satisfaça todos os critérios que você considera importante, mas sempre há algo para valorizar e assim motivá-lo a continuar se esforçando.
Gostou das dicas?
Agora é só ver o que está faltando e colocar em prática!
Beijos
Nadia Favretto – Psicóloga Infantil