A importância das práticas parentais para o desenvolvimento das crianças

20.09.18

A responsabilidade é minha?

É comum, diante de alguns comportamentos de crianças, que algum adulto os justifique atribuindo a responsabilidade à educação que é dada pelos pais ou responsáveis. São frases como: “essa criança se comporta mal porque os pais não colocam limites!” ou “claro que ela é bem educada, a mãe largou o trabalho só pra cuidar dela!”, ou ainda “tadinho daquele menino, os pais não conseguiram dar melhores oportunidades pra ele!…”.

De fato, como os pais agem na interação com seus filhos contribui, e muito, na forma com que eles se comportam! Mas não é o único determinante, não podemos esquecer que tem os fatores genéticos também. Todos nascemos com alguma predisposição a desenvolver alguns comportamentos de acordo com uma carga que vem lá dos nossos pais. Crianças muito tímidas, por exemplo, se olharmos para os pais pode ser que encontremos essa característica em algum deles. Porém, o que eu quero enfatizar aqui é que o maior determinante para que esse e vários outros comportamentos se desenvolvam é o ambiente, ou seja, as experiências que as crianças vão sendo submetidas no decorrer de sua vida é que vão definindo como elas se comportam. E isso pode ser ótimo, não? Porque de alguma forma os pais podem proporcionar aos filhos um ambiente adequado para que eles se desenvolvam em diversos sentidos. No caso de filhos tímidos, podem desde cedo colocá-los no teatro e/ou em outras atividades em que eles possam interagir com outras crianças e assim desenvolver algumas habilidades que antes não tinham e passarem a se sentirem muito melhor nos seus relacionamentos.

Ok. Agora vocês devem estar se perguntando: “Então eu sou o responsável pelas experiências que meus filhos têm? Se ele se tornar um adolescente desafiador ou optar por usar alguma substância ilícita, a culpa vai ser minha?”. Calma, também não é bem por aí! O relacionamento familiar não é o único ambiente (falo ambiente não como espaço físico, mas como “lugar”) em que o indivíduo está inserido, e também não conseguimos ter acesso e nem controle sobre todas as experiências deles. Acreditem, buscar ter esse controle não seria bom nem pra você nem pro seu filho!

Minha intenção não é, de forma alguma, responsabilizar os pais por quaisquer atitudes que tenham em relação a seus filhos, culpabilizá-los por determinados comportamentos dos pequenos e muito menos dar um receituário com fórmulas mágicas que resolvam seus problemas. Minha intenção é instigá-los a buscar opções! Se algo não está dando certo, deve haver um jeito diferente de “fazer dar certo”. Essa será nossa busca!

Meu objetivo é contribuir com informações baseadas em pressupostos científicos e dividir minha experiência clínica de sete anos de atendimento a crianças e suas famílias com vocês, pais, buscando sempre uma relação mais respeitosa, harmônica e cheia de afeto com seus filhos. Vamos dialogar sobre um relacionamento entre pais e filhos a partir de conhecimento, informação, sem culpa e com muito mais segurança!

Até a próxima, Nadia Favretto.

NEWSLETTER

Assine a newsletter e receba nossas novidades.